As varizes e os vasinhos são um problema muito comum, atingindo cerca de 37% da população brasileira. No entanto, longe de ser apenas um problema estético, eles precisam ser tratados para não evoluírem para quadros mais graves ou aumentarem as chances de desenvolvimento de trombose. Para o tratamento, um dos procedimentos mais recomendados é a escleroterapia, um método moderno e muito eficaz. A seguir, falaremos um pouco mais sobre a escleroterapia, seus métodos e quando cada um deles é indicado.
O que é a escleroterapia?
A escleroterapia é um procedimento não cirúrgico utilizado para tratar as varizes e os vasinhos. Como a técnica é considerada invasiva, é totalmente indicado que ela seja realizada por um médico angiologista ou um cirurgião vascular.
O tratamento através da escleroterapia é muito eficaz, eliminando as veias dilatadas e devolvendo o aspecto saudável às pernas dos pacientes.
O procedimento consiste em injetar um líquido esclerosante dentro da veia com uma agulha fina, provocando uma reação inflamatória e gerando uma cicatriz que obstrui a circulação sanguínea no local. Dessa forma, o sangue buscará novas veias e as varizes desaparecerão.
Este procedimento pode ser feito com diferentes tipos de esclerosantes, sendo assim indicado para quase todos os casos de varizes. A escleroterapia trata desde os vasinhos finos e avermelhados (telangiectasias) até as veias reticulares azuis e as varizes mais grossas.
O tratamento é individual e depende do estágio dos vasinhos e varizes. Por isso, após uma avaliação criteriosa, o cirurgião vascular optará pelo tratamento mais adequado, podendo, inclusive, associar mais de um método.
Quais são os tipos de escleroterapia?
Existem três métodos diferentes de realizar a escleroterapia. Para que o tratamento seja mais eficaz e os resultados mais satisfatórios, pode ser recomendado a associação de mais de um método.
Escleroterapia com substância líquida (glicose)
No caso da escleroterapia com aplicação de glicose, uma solução hipertônica de glicose a 50 ou 75% é introduzida diretamente no vaso com o auxílio de uma seringa. O líquido gerará uma reação química na veia que fará com que ela endureça, fibrose e desapareça naturalmente.
Como a glicose é uma substância natural, ela é absorvida mais facilmente pelo organismo, o que faz com que as chances de complicações ou alergias sejam menores. Este medicamento também pode ser administrado de modo resfriado, chamando-se assim de crioescleroterapia.
Escleroterapia com espuma
Neste método, uma espuma densa esclerosante de polidocanol e ar é injetada nos vasinhos, causando um processo inflamatório na paredes das veias, fazendo com que ela se torne inoperante e seque. A espuma é orientada por um ultrassom, trazendo mais precisão e eficácia para o método.
Como este método é indicado para casos especiais, a concentração do medicamento é menor, diminuindo as chances de manchas escuras, necrose e feridas na pele.
Escleroterapia com laser
Diferentemente da escleroterapia feita com espuma ou substância líquida, o procedimento a laser é feito através de energia luminosa que provoca aumento da temperatura no interior da veia, fazendo com que ela seque e feche.
Este método pode ser usado em conjunto com a escleroterapia líquida e com a espuma densa. A escleroterapia com laser não causa alergia, como pode acontecer com outros métodos, e ainda pode ser utilizada em pele morena com a redução de alguns parâmetros do equipamento.
Como já dito anteriormente, o melhor tratamento sempre dependerá de uma avaliação inicial com um especialista, dependendo do quadro clínico e da evolução da doença no paciente.
Escleroterapia: quando fazer aplicação de cada tipo
Ao constatar a presença de vasinhos ou varizes, o paciente deve buscar um angiologista ou cirurgião vascular. O especialista após exame clínico e, em alguns casos, exames complementares, indicará o melhor tipo de tratamento.
As telangiectasias, os famosos vasinhos avermelhados ou arroxeados, e varizes de menor calibre podem ser tratados com laser. Além disso, o laser também pode ser utilizado em outras regiões do corpo, como nos vasinhos no rosto ou tórax.
No entanto, este método pode não ser eficaz para tratar varizes de maior calibre. Ele também não é indicado para gestantes, pacientes com doenças de pele ou que façam uso de medicações fotossensibilizantes.
Já a aplicação de varizes com espuma é indicada para pacientes com varizes calibrosas, hipertensão venosa, úlceras de perna ou varizes em estágios mais avançados. Também pode ser uma ótima opção para pacientes com risco aumentado para realizar cirurgias.
A escleroterapia com aplicação de glicose é indicada para alguns tipos de vasinhos que não apresentam uma veia nutridora calibrosa. Este método também pode ser associado ao laser transdérmico para melhores resultados.
Cada caso deve ser estudado em particular pelo especialista. Este é mais um dos motivos para não realizar escleroterapia em clínicas estéticas ou com profissionais que não sejam o angiologista e cirurgião vascular.
Somente estes médicos podem avaliar o quadro do paciente e optar pelo melhor método.